A questão da neutralidade de carbono tornou-se uma das preocupações globais mais prementes nas últimas décadas, à medida que o mundo enfrenta as consequências cada vez mais graves das mudanças climáticas. Para abordar esse desafio global, governos, organizações e líderes de todo o mundo têm se envolvido em uma série de acordos e compromissos internacionais, com o objetivo de reduzir as emissões de carbono e alcançar a neutralidade de carbono.
O primeiro acordo internacional sobre mudança climática foi a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), adotada em 1992. A UNFCCC estabeleceu o objetivo de estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera a um nível que impeça interferências perigosas na atividade humana.
Em 1997, foi adotado o Protocolo de Quioto, um acordo complementar à UNFCCC que estabeleceu metas de redução de emissões de GEE para os países industrializados. O Protocolo de Quioto entrou em vigor em 2005, mas foi abandonado pelos Estados Unidos em 2001 e posteriormente por outros países, como a Rússia.
Em 2015, foi adotado o Acordo de Paris, um acordo internacional que estabeleceu um novo objetivo global de combate à mudança climática: limitar o aquecimento global a bem abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais, e se esforçar para manter o aumento da temperatura a 1,5°C. O Acordo de Paris também introduziu o conceito de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que são metas de redução de emissões assumidas por cada país.
A COP26, realizada em Glasgow em 2021, foi um marco importante no avanço dos compromissos internacionais sobre mudança climática. Na COP26, os países concordaram em aumentar suas metas de redução de emissões, acelerar a transição para energias renováveis e aumentar o financiamento para adaptação e mitigação.
Alguns dos principais compromissos assumidos na COP26 incluem:
• A meta de atingir a neutralidade de carbono até 2050 foi adotada por mais de 140 países, incluindo a China, os Estados Unidos e a União Europeia.
• Foi acordado que as emissões de metano, um gás de efeito estufa potente, devem ser reduzidas em 30% até 2030.
• Foi estabelecido um novo fundo para apoiar a transição para energias renováveis em países em desenvolvimento.
Apesar dos progressos realizados, ainda há muitos desafios a serem superados para atingir a neutralidade de carbono. Um dos principais desafios é a transição para energias renováveis. As energias renováveis, como a solar e a eólica, são cada vez mais competitivas, mas ainda representam uma parcela relativamente pequena da matriz energética global.
Outro desafio é a necessidade de investimento em tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CCS). A CCS é uma tecnologia que captura CO2 da atmosfera ou de fontes de emissões e o armazena em formações geológicas profundas. A CCS é importante para atingir a neutralidade de carbono, mas ainda é uma tecnologia relativamente cara e não está amplamente disponível.
O objetivo de atingir a neutralidade de carbono é ambicioso, mas é possível de ser alcançado. Com o apoio de acordos e compromissos internacionais, investimentos em tecnologias de baixo carbono e mudanças nos comportamentos individuais e coletivos, é possível construir um futuro mais sustentável para o planeta.